FORÇA DE OYA

domingo, 9 de setembro de 2012


                         BANHOS DE ERVAS

As ervas detém grande quantidade de Axé (Energia mágica-universal, sagrada) e quando bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.
Um banho, com o Axé das ervas dos Orixás do Candomblé, age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo energias positivas.
Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo directamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acumulo de energias negativas.
Ervas indicadas para preparar um banho
Nesta relação, encontra as ervas mais utilizadas, e que são mais facilmente encontradas para uso.
Estão listadas com a nomenclatura popular, a científica e Iorubana, indicando-se também para que orixás se destinam, ou são normalmente usadas.
- Babosa – aloe vera – Exú – ipòlerin, ipè erin
- Melão são caetano- momordica charantia – Oxumaré, Nanã – èjìnrìn, wéwé
- Saião/Folha da costa – kalanchoe brasiliensis – Oxalá – òdundún, elétí
- Erva de santa luzia – pistia stratoides (stratiotes) – Oxum – ójuóró
- Nenúfar/lótus – nymphaea (lótus) alba – Oxum – òsíbàtà
- Pimentinha d’Água /Jambu – spilanthes acmella (filicaulis) – Oxum – éurépepe, awere pepe, ewerepèpè
- São gonçalinho – cassiaria sylvestris – Ogum, Oxóssi – alékèsì
- Sete sangrias – cuphea balsamona – Obaluaiyê – àmù
- Tapete de oxalá (boldo) – peltodon tormentosa – Oxalá – ewé bàbá
- Bete cheiroso – piper eucalyptifolium – Oxalá – ewé boyi
- Goiabeira – psidium goiava – Oxóssi, Ogum - àtòrì, gúábà
- Mamona – ricinus communis – Exú, Ossaim – lárà funfun, ewé lará
- Mamona vermelha – ricinus sanguneus – Exú, Ossaim – làrá pupa
- Peregun – dracaena fragans – Ogum, Oyá – pèrègún
- Alumon – vernonia bahiensis (amugdalina) – Ogum – ewúro jíje
- Carqueja – borreria captata – Oxóssi – kànérì
- Umbauba/embaúba – cecropia palmata – Nanã, Xangô, Oyá – agbaó / agbamoda
- Perpetua – alternanthera phylloxeroides – o seu Exú – èkèlegbárá
- Gameleira branca – ficus maxima – Tempo (Iroko), Xangô
- Canela de velho – molonia albicans – Omulú
- Macassá – tanacetum vulgaris – Oxum, Oxalá
- Melissa – melissa oficinalis – Oxum
- Kitoko – pluchea quitoco – Xangô – obalu
- Para raio/cinamomo – melia azeoarach – Oyá – ekéòyìnbó
- Beti branco/agua de alevante – renealmia occidentalis sweet – Oxalá – kaiá
- Alfavaca (erva doce) – ocimum guineensis – Oxalá – efínrín èrùyánntefé
- Folha da fortuna – bryophylum – Exú – eru oridundun, àbá modá
- Espada de yansã – rhoeo – Oyá – ewé mesán
- Aroeira branca – litrhea – Ogum
- Poejo -mentha sp – olátoríje
- Erva prata
- Picão – elésin máso
- Patchouli – Exú – ewé legbá
- Anis – clausena anisata – Oyá – agbásá, àtàpàrí òbúko
- Aroeira – schinus sp – Ogum
- Alecrim – rosmarinus officinais – Oxóssi – sawéwé
- Araça – psidium sp – Oxóssi – gúrófá
- Guiné – petiveria alliacea – Oxóssi – ojusaju
- Louro – laurus nobilis – Ossain – ewe asá
- Macela
- Língua de vaca – rumex sp – Obá, Oyá – enuum malu
- levante – menta sp – Ogum, Exú – olátoríje
- Amoreira – rubus sp – Egun, Oyá – morus celsa
- Dormideira – mimosa púdica – Oxumaré – owérénjèjé, pamámó àlùro- caxixi
- Pata de vaca – bauhinia forficata
- Colónia /Lírio de brejo – hedychium coronarium – Oxalá – toto
- Jibóia – jokónije
- Cânfora
- Alfazema – Oxum – ewe danda
- Algas marinhas – fucus – Iemanjá – ewe kaiá

sábado, 8 de setembro de 2012









BEM VINDO


AXE AXE AXE



       Sejam bem vindos espero que aproveitem pois e com muito amor e carinho que levo um pouco do que aprendi a todos.Não foi fácil chegar até aqui,pois continuo aprendendo cada dia.coloquei algumas informaçoes .  Espero que todos aproveitem um pouco deste mundo de encanto,magia,amor e fé nos nossos protetores espirituais .
 Um forte abraço e agradeÇO A TODOS.
                                                   
                                        Mãe Mãgé 



sexta-feira, 7 de setembro de 2012


 Oxalá

• Toalha ou pano de cor branca; • velas bran­cas; • frutas brancas (melão, goiaba, etc); • vinho bran­­co doce ou suave; • flo­res brancas (todas); • fitas bran­cas; • linhas brancas; • comidas bran­­­­cas (can­jica, arroz doce, coalhada adoci­ca­da, etc.); • pães; • mel; • farinha de trigo (para cir­cular e fechar por fora as oferen­das); • co­co seco e sua água colocada em co­pos; • co­co verde com uma tampa cortada e um pou­co de mel derramado dentro da sua água; • água em cálices ou copos; • pedras de cris­tais de quartzo branco (se for solici­tado); • pembas brancas (em pedra ou em pó); • milho verde em espiga, cru e ainda leitoso.



Oferenda ao Orixá Oxumaré

• Toalha ou pano de cor azul celeste; • velas brancas e azul celeste; • fitas brancas e fitas azul celeste (ou todas as cores); • linhas brancas e linhas azul celeste; • frutas sementeiras (melão, maracujá, mamão, pinha, etc.); • água em copos; • vinho branco seco; água adocicada com açucar ou mel; • flores coloridas; •coco verde; • licor ou suco de maracujá; • farinha de arroz (para circular e fechar a oferenda); • semente de feijão branco semicozidas e misturadas ao mel de abelhas; • açúcar, colocado em um prato branco e regado com mel de abelhas; • pembas coloridas.



Oferenda ao Orixá Oxóssi

• Toalha ou pano verde; • velas branca e verde; • fitas branca e verde; • linhas branca e verde; • frutas de qualquer espécie; • comidas (moranga cozida, milho verde em espiga e cozido, maçã cozida e regada com mel ou açucarada, doces cristalizados); • vinho tinto; cerveja branca; • sucos de frutas; • pembas brancas e verdes; • fubá (para circular e fechar a oferenda).



Oferenda para o Orixá Xangô

• Toalha ou pano marrom; • velas branca e marrom; • fitas branca e marrom; • linhas bran­ca e marrom; • frutas (abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba verme­lha); • vinho tinto seco; cerveja preta; • comidas (quiabos picados em rodelas e levemente co­zido, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas); • pembas branca, marrom e vermelha; • licor de chocolate.



Oferenda ao Orixá Ogum

• Toalha ou pano vermelho; • velas branca e vermelha; • fitas branca e vermelha; • linhas branca e vermelha; • cordões branco e verme­lho; • flores (cravo e palmas vermelhas); • frutas (melancia, laranja, pêra, goiaba vermelha, ameixa preta, abacaxi, uvas); • licor de gengibre; • cerveja branca; • pembas branca e vermelha; • comida (feijoada).



Oferenda para o Orixá Obaluaiê

• Toalha ou pano branco; • velas brancas; • fi­tas bran­­cas; • linhas brancas • flores (crisântemos bran­cos, quaresmeira); frutas (pinha, caqui e coco seco); • comidas (pipoca estalada, batata doce ro­xa cozida e regada com mel de abelha, beterraba co­zida e re-gada com mel; mandioca cortada em “toletes” cozida e açucarada; • bebidas (vinho bran­co licoroso, água em copos, licor de ambrósia); • pembas brancas.

                                                      OFERENDA AOS ORIXAS


     
Oferenda para o Orixá Oiá-Logunan (Tempo)

• Toalha ou pano branco; • velas branca e azul escuro; • fitas branca e azul escuro; • linhas branca e azul escuro; • pembas branca e azul; • copo ou quartinha com água; • licor de anis; • frutas (laranja, uva, caqui, amora, fi­go, romã, maracujá azedo); flores (do campo, palmas brancas, lírios brancos).



Oferenda para o Orixá Oxum

• Toalha ou pano dourado, azul e rosa; • velas rosa, amarela e azul; • fitas rosa, amarela e azul; • linhas rosa, amarela e azul; • pembas rosa, amarela e azul; • flores (rosas brancas, amarelas e vermelhas); • frutas (cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, etc); • bebidas (champagne de maçã, de uva e licor de cereja).



Oferenda para o Orixá Omolu

• Toalhas ou panos branco e preto sobrepostos formando oito pontas ou bicos; • velas branca, preta e vemelha; • fitas branca, preta e vemelha; • linhas branca, preta e vemelha; • pembas branca, preta e vemelha • flores (crisântemos, flores do campo, rosas brancas); frutas (maracujá, ameixa preta, ingá, figo); • comidas (pipocas estaladas e regadas com mel, coco seco fatiado e regado com mel,  batata doce roxa cozida e regada com mel, bistecas ou fatias de carne de porco regadas com azeite de dendê; • bebidas (água em copos, vinho branco licoroso, licor de hortelã).



Oferenda para o Orixá Obá

• Toalha ou pano vermelho ou magenta; • velas vermelha ou magenta; • fitas vermelha ou magenta; • linhas vermelha ou magenta; • pembas vermelhas; • frutas (todas); bebidas (licor); • flores (do campo, jasmim, rosas vermelhas).



Oferenda para o Orixá Egunitá

• Toalha ou pano laranja; • velas laranja e ver­melha; • fitas laranja; • linhas laranja; • pem­bas laranja; • frutas (laranja, abacaxi, pi­tan­ga, caqui); bebidas (licor de menta, cham­pagne de sidra); • flores (palmas vermelhas).



Oferenda para o Orixá Iansã

• Toalha ou pano branco e amarelo; • velas branca e amarela; • fitas amarelas; • linhas amarelas; • pembas amarelas; • frutas (laranja, abacaxi, pitanga, uva, morango, ambrósia, melancia, melão amarelo, pêssego e goiaba vermelha); • bebidas (champagne de uva ou de sidra; • flores amarelas; • comidas (acarajé; abacaxi em calda, arroz-doce com bastante canela em pó por cima).



Oferenda para o Orixá Nana Boruquê

• Toalha ou panos lilás ou florido; • velas lilás; • fitas lilás; • linhas lilás; • pembas lilás; • flores (do campo, lírios e crisântemos); • frutas (uva, melão, manga, mamão, maracujá doce, framboesa, amora, figo); • bebidas (champagne rosé, vinho tinto suave, licor de amora, licor de framboesa, licor de morango).



Oferenda para o Orixá Iemanjá

• Toalhas branca ou azul claro; • velas branca ou azul claro; • fitas branca ou azul claro; • linhas branca ou azul claro; • pembas branca ou azul cla­ro; • flores (rosas brancas, palmas brancas, lírio branco) frutas (melão em fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa); • bebidas (cham-pagne de uva e licor de ambrósia); • comidas (man-jares; peixes assados; arroz doce com bastante canela em pó).



Oferenda para o Orixá Exu

• Toalhas ou panos preto e vermelho; • velas pre­ta e vermelha; • fitas preta e vermelha; • li­nhas preta e vermelha; • pembas preta e ver­melha; • flores (cravo vermelho); • frutas (man­ga, mamão, limão); • bebidas (aguardente de ca­na de açúcar, whisky, conhaque) • comidas (fa­rofa com carne bovina ou com miúdos de frango, bifes de carne ou de fígado bovino fritos em azeite de dendê e com cebolas, bifes de carne ou de fígado bovino temperado com azeite de dendê e pimenta ardida).



Oferenda aos Pretos Velhos

• Toalha ou pano branco; • velas brancas; • fi­tas brancas; • linhas brancas; • pembas brancas; • frutas de todas as espécies; • bebidas (café, vinho doce, cerveja preta, água de coco, vinho branco licoroso); • flores (crisântemos brancos, margaridas, lírios brancos); • comidas (arroz doce, canjica, bolo de fubá de milho, milho cozido, doce de coco, doce de abóbora, doce de cidra, coco fatiado, quindim).



Oferenda aos Baianos

• Toalha ou pano branco (ou amarelo); • velas branca e amarela; • fitas branca e amarela; • linhas branca e amarela; • pembas branca e amarela; • frutas (coco, caqui, abacaxi, uva pêra, laranja, manga, mamão); • bebidas (batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de coco); • flores (flor do campo, cravo, palmas); • comidas (acarajé, bolo de milho, farofa, carne seca cozida e com cebola fatiada, quindim).



Oferenda aos Boiadeiros

• Toalha ou um pano (branco, vermelho, amarelo, azul-escuro, marrom); • velas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • fitas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • linhas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • pembas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • frutas (todas); • bebidas (vinho seco, aguardente, batidas, conhaque, licores); • flores (do campo, palmas, cravos); • comidas (feijoada, charque bem cozido, bolos).



Oferenda aos Marinheiros

• Toalha ou pano branco; • velas branca e azul cla­ro; • fitas branca e azul claro; • linhas branca e azul cla­ro; • pembas branca e azul claro; • flores (cravos bran­cos, palmas brancas); • frutas (várias); • comidas (peixes assados, peixes fritos, peixes cozidos, cama­rões, farofa com carne); • bebidas (rum, aguardente);



Oferenda para os Erês

• Velas branca, cor-de-rosa e azul claro; toalha ou panos cor-de-rosa e azul claro • fitas branca, cor-de-rosa e azul claro; • linhas branca, cor-de-rosa e azul claro; • flores (todas); • frutas (uva, pêssego, pêra, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixa ); • comidas (doces de frutas, arroz doce, cocadas, balas, bolos açucarados, quindins); • bebidas (refrigerantes, água de coco, suco de frutas);



Oferenda para os Exus Mirins

• Toalhas ou panos preto e verme­lho; • velas bicolores preta e vermelha; • fitas preta e vermelha; • linhas preta e verme­lha; • pembas preta e vermelha; • flo­res (cravos); • frutas (manga, limão, laranja, pêra, mamão); • bebidas (lico­res, cinzano, pinga com mel) • comidas (fígado bovino picado e fri­to em azeite de dendê, farofas apimentadas).



Oferenda para Pombagira

• Toalha ou pano vermelho; • velas vermelhas; • fitas vermelhas; • linhas vermelhas; • pembas vermelhas; • flores (rosas vermelhas); • frutas (maçãs, morangos, uvas rosadas, caqui); • bebidas (champagne de maçã, de uva, de sidra, licores).



Oferendas para Caboclos (as)

As oferendas para os Caboclos e as Caboclas são iguais às dos Orixás que os regem.  No geral, são iguais às dos Orixás; no parti­cular, são acrescentados elementos indicados por eles.

mae mage TY OYa





                                      MÃE MAGÉ TI OYA

ARADEÇO AOS MEUS ORIXAS,,,,,,,,,POR ESSA LINDA E HONROSA MISSÂO.

1006 – Templo deevora Sacerdotisa Mãe Magé Ti OYA MSN: templodeevora@hotmail.com




  1. que é a única seita ou religião que cultua diretamente as coisas que foram dadas da natureza e trabalha

uma farmácia dificilmente filho de Santo admite que a natureza pode lhe ajudar .ELES querem resolver seu problemas ,mas ainda ficam com vergonha de admitir ;FOI MEU ORIXÁ QUE ME AJUDOU .ME CUROU.Mas como já tinha sido previsto por OLORUM(DEUS) O homem só vai aprender quando descobri que a natureza sobrevive sem ele,ELE e que não sobrevive sem ela.E como a cabeça pro corpo.ORI carrega sozinho o corpo ,sem ORI o corpo padece. Por tanto meus amigos,não vamos esquecer nunca disso .Pois  ORI só quer respeito para com ele.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Minha mãe nasceu em Minas. Só que ela, coitada, não tinha conhecimento da vida. Então, nas viagens dela, ela me largou mais pra cima, na Bahia, com os homens que vendiam crianças. Vendiam meninas como eu, pra outros homens cuidarem. – Cuidar da maneira deles, não é? – Só que eu cansei dessas coisas. Peguei um navio daqueles que transporta cereal. Fugi à noite e esperei no mato até de dia cedo para sair até o navio. Assim eu cheguei no Rio de Janeiro nos tempos antigos; nos tempos dos finais ‘zero zero’.
Quando cheguei, não sabia o que era aquilo tudo. Então comecei a fazer amigos que me levaram para os caminhos errados – até porque eu tinha que ir para qualquer caminho, porque não tinha caminho nenhum.
Aí, na vida eu conheci mais do que devia.
Muito cedo, tudo que eu tinha dentro foi embora. Aí, também nunca tive muitos homens, fora os que eu queria rapar. Essas coisas do amor, eu nunca entendi direito o que eram. Só entendi depois de morta. E não tive muita escolha pra ter sentimento, então eu fui como achava que devia ir.
E também fiz muita coisa errada.
Matei muito gringo por dinheiro… Rondava o cemitério perto do porto e lá eu ficava. Como eu também não conhecia as coisas, usei do que eu sabia fazer, que era às vezes dar uns coices nas pessoas na Capoeira pra ganhar o que eu queria. Eu participei das rodas pra lutar, não pra dançar, nem pra gingar.
Eu usava as navalhas sempre que preciso. Sempre que eu precisava e que achava que eu precisava – pra mim tudo era motivo para usar. E eu não tinha só uma, eu tinha três. Duas nas pernas e uma atrás. Porque quando você dança, quando você luta, você pode pegar de vários lugares as navalhas.
Então, eu ficava rodeando aquele cemitério e me escondia no porto. Seguia no meu dia a dia, com os peões, os homens, as biritas. E sempre na rua. Os lugares onde eu dormia também eram na rua. Perto do porto – que é de lá que eu venho, da linha do mar.
Assim eu fui até o dia em que um homem – que eu já encontrei – me rapou por trás e me degolou inteira! Mais uma cicatriz.

Então eu fiz da minha vida, o meu trabalho, para poder evoluir.
  • (Se Oxalá liberar, não é?)
Cheguei na Quimbanda com muita luta também, mas sem navalha. E essa eu tive que lutar no mental. Tive que lutar contra o meu mental para ir chegando nos patamares onde já cheguei. É difícil, mas se consegue. E eu peguei o cavalo bem por isso, porque ela achava que não conseguia. Eu vim mostrar pra ela que ela podia
Eu agora estou ganhando meus pontinhos, me ajudando. A menina me ajuda também – pra poder ajudar os outros – e assim todo mundo se ajuda. E é só ajudando os outros que eu consigo o que eu quero.
Às vezes a gente não entende direito que precisa trabalhar com amor. Mas quando você entende, fica mais fácil alcançar os lugares que tanto quer, seja onde for. Eu tenho muito ainda pra fazer. Ajudo as pessoas que aqui na carne precisam; e elas às vezes é um pouco mais fácil de ajudar quando elas querem. Os espíritos algumas vezes têm outras coisas envolvidas. O tempo – o tempo que não é do relógio – mas um tempo maior, que às vezes tem que esperar… Mas à maneira do possível, quem eu posso, sempre ajudo.
Só não gosto de exu mandão. Essas coisas comigo não adianta, porque quem manda em mim sou eu. Presto serviço, com muito carinho, com muita vontade, porque eu sou muito feliz onde estou agora.

27 DE SETEMBRO
DIA DE SÃO COSME E SÃO DAMIÃO
Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma como morreram. Seu culto já estava estabilizado no Mediterrâneo no século V. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.Alguns relatos atestam que eram originários da Arábia, mas de pais cristãos. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Surgiram várias versões, mas nenhuma comprovada com fundamento histórico. Em uma das fontes, explica-se que eram dois irmãos, bons e caridosos que realizavam milagres. Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos, pois, quando em vida, exerciam a medicina na Síria, em Egéia e Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.
No Brasil, em 1530, a igreja de Igarassu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitados com bandeirolas e alegres desenhos.
No candomblé, são associados aos "ibejis", gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa " o enfeitado" e Damião, "o popular".
Padroados: Farmacêuticos; Faculdades de Medicina; Barbeiros e Cabeleireiros.
Protege: Orfanatos; Creches; Doceiras; Filhos em casa; Contra hérnia e Contra a peste.
Emblema: caixa com ungüentos, frasco de remédios, folha de pal
Oração a São Cosme e São Damião
Amados São Cosme e São Damião,
Em nome do Todo-Poderoso
Eu busco em vós a bênção e o amor.
Com a capacidade de renovar e regenerar,
Com o poder de aniquilar qualquer efeito negativo
De causas decorrentes
Do passado e presente,
Imploro pela perfeita reparação
Do meu corpo e
Dos meus filhos
(...............................................)
nome dos filhos
E de minha família.
Agora e sempre,
Desejando que a luz dos santos gêmeos
Esteja em meu coração!
Vitalize meu lar,
A cada dia,
Trazendo-me paz, saúde e tranqüilidade.
Amados São Cosme e Damião,
Eu prometo que,
Alcançando a graça,
Não os esquecerei jamais!
Assim seja,
Salve São Cosme e Damião,
Amém!
[Ao alcançar a graça, fazer um bolo ou oferecer uma festa às crianças de rua, orfanatos ou creches.]



OXALUFÃ
Oxalufã é o princípio da criação, o vazio, o branco, a luz, o espaço onde tudo pode ser criado, e também a paz, a harmonia, a sabedoria que vem depois do conflito (Oxaguiã). O fim do círculo e o recomeço. Oxalufã é o compasso da terra, Oduduwá. Caminha apoiado em seu cajado cerimonial, que é também o símbolo da ligação que ele estabeleceu entre o Orun (céu) e o Ayê (terra). O grande pai ioruba, considerado a bondade masculina.

São muitos os mitos que falam de Oxalá, mas o mais conhecido nos candomblés é o que conta que Oxalá sentia muitas saudades de seu filho Xangô, e resolveu visitá-lo. Para saber se a longa viagem lhe seria propícia, foi consultar Orunmilá, o deus adivinho, seu grande amigo. Este jogou os ikins (casca de caroços de dendezeiro) divinatórios e lhe disse que a viagem não se encontrava sob bons auspícios. E que se ele desejasse que tudo corresse bem deveria se vestir inteiramente de branco e não sujar suas roupas até chegar ao palácio, devendo também manter silêncio absoluto até o momento em que encontrasse seu filho. E assim fez Oxalá.

Esú, contudo, que adorava atormentar Oxalá, disfarçou-se de mendigo e apareceu no caminho deste, pedindo a ajuda para levantar um pesado saco de carvão que se encontrava no chão. Sem poder responder nada e sendo piedoso, Oxalá levanta o saco de carvão para Esú, mas estando este saco com o fundo rasgado, abre-se e cai sobre Oxalá sujando a roupa branca. Esú ri loucamente e se vai.

Prevenido como sempre fora, Oxalá toma banho num rio e veste roupas brancas novamente. E segue seu caminho. Novamente Esú se disfarça e pede ajuda ao viajante, dessa vez para entornar um barril de óleo num tacho. Sem poder responder para explicar e tendo boa vontade em ajudar, Oxalá levanta o barril e Esú o derrama sobre suas roupas, que desta vez não podiam mais ser trocadas, pois eram as últimas roupas limpas que Oxalá tinha para trocar.

Sujo e cansado, Oxalá vai seguindo seu caminho quando vê o exército de Xangô se aproximar dele, sinal de que estava bem perto de seu destino. Este, contudo, prende Oxalá, confundindo-o com um procurado ladrão. Como não podia falar, Oxalá nada diz e acaba jogado numa prisão durante sete anos.

Neste meio tempo o reino de Xangô entra em decadência: suas terras não mais produzem alimentos, os animais morrem e o povo fica doente. Desesperado Xangô chama um babalaô que ao jogar o ikin lhe diz que todo o mal do reino advém do fato de haver injustiça na terra do senhor da justiça.

Xangô vai então averiguar pessoalmente todos os presos do seu reino e descobre Oxalá pai na prisão. Desolado, coloca o velho pai sobre suas próprias costas e o carrega para o palácio, onde se encarrega de banha-lo e vesti-lo com suas alvas roupas, realizando a seguir uma grande festa. A cerimônia do candomblé chamada “Águas de Oxalá” rememora este episódio.


Dia da semana: sexta-feira
Cor: branco
Comida: canjica
Números: 10 e 16
Saudação: Epa, Babá! Exeuê, babá!
Folhas: saião, algodão, manjericão.
Odu regente: Ofun, Alafia Onan

NANA BURUQUE


OXAGUIAN

                                                OXAGUIÃN


Batalha dos Atoris

Batalha dos Atoris. Na cidade Africana de Eleegibò até hoje por ocasião de sua festa os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori (varas), relembrando o mito que diz sobre um Babalaô seu amigo que foi preso pelos guardas de Eleegibò ,por que se referiu o Rei como, Oxaguian (Orixá Comedor de Inhame) tendo sido encontrado no calabouço Oxagüian pediu-lhe perdão só aceito se os moradores da cidade trocasse golpes de varas durante suas festas (sob pena de não haver boa colheita caso isto não acontecesse).


O Castelo de Ogum

Oxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhava Ogum pela terra em suas guerras. Aproveitava de toda ocasião em que a guerra criava destruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero.

Assim espalhou pelo mundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Onde via preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra, Oxaguian foi à cidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo que acabava de ser construído pelo povo do lugar em oferecimento a Ogum.

Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram de construir o castelo do seu rei?” “Descansar”, eles responderam. Oxaguian retrucou: “O seu rei ainda demora a voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo ainda melhor e encham de alegria o seu rei.” Sacou da espada e com um toque empurrou a parede do castelo, que ruiu todo.” Oxaguian voltou para a guerra, e o povo pôs-se a construir um castelo ainda melhor.

O tempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões. Encontrou lá um castelo ainda maior e melhor do que o que tinha derrubado. Semelhante diálogo se travou. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram o castelo do seu rei?” “Vamos descansar”, eles responderam. Oxaguian interrogou: “Mais uma vez, o seu rei demora a voltar; vocês que aproveitem ainda deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo melhor para o seu rei.” Como tinha feito antes, sacou da espada e com um toque derrubou o castelo.” E partiu para guerra, voltando sempre em busca de novas provisões.

Tantas vezes isto aconteceu que o povo do lugar se transformou em um povo de grandes construtores, desenvolvendo engenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente. Oxaguian promove o progresso. Não gosta de ver ninguém parado.


Ogum faz instrumentos agrícolas para Oxaguian

Oxaguian, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado "Orixá-Comedor-de-inhame-pilado", inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames. Todo o povo do seu reino adotou a sua preferência. Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado. E tanto seu comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o, povo de Oxalá.

Oxaguian foi consultar Exu, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogum, que naquele tempo viva nas terras de Ijexá. O que podia fazer Ogum para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame?, consultou Oxaguian. Ogum pediu sacrifícios e logo deu a solução. Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.

Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado. "Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos", disse Ogum. E assim foi feito e nunca se plantou tanto inhame, como se colheu. E a fome acabou.

O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames e cachorros, caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas.

Ogum disse a Oxaguian: "Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim me visto para receber as oferendas". E o povo o louvava e Ogum ficou feliz. E o povo cantava: "A kaja lónì fun Ògúnja mojuba". "Hoje fazemos sacrifício de cachorros a Ogum, Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos".

Oxaguian disse a Ogum: "Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva. Dê-me um laço de seu abadá azul, Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca. Vamos sempre nos lembrar de Ogunjá". E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos cantaram e dançaram.


O NASCIMENTO DE OXAGUIÃN

Nasceu dentro de uma concha de caramujo. Não tinha mãe. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e sem rumo.

Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado. Apesar de feliz com sua nova cabeça branca, ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito.

Um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu. Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo com o orixá.

Então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça branca, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas.

A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.


O PILÃO DE OXAGUIÃN

Oxaguian teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan. Valente guerreiro, desejou, por sua vez, conquistar um reino. Partiu, acompanhado de seu amigo Awoledjê.

Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Ele tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido.

Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto! Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado.

Awoledjê, seu companheiro, era babalawo, um grande adivinho, que o aconselhava no que devia ou não fazer. Certa ocasião, Awoledjê aconselhou a Oxaguiã oferecer: dois ratos de tamanho médio; dois peixes, que nadassem majestosamente; duas galinhas, cujo fígado fosse bem grande; duas cabras, cujo leite fosse abundante; duas cestas de caramujos e muitos panos brancos.

Disse-lhe, ainda, que se ele seguisse seus conselhos, Ejigbô, que era então um pequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em breve, uma cidade grande e poderosa e povoada de muitos habitantes.

Depois disso Awoledjê partiu em viagem a outros lugares. Ejigbô tornou-se uma grande cidade, como previra Awoledjê. Ela era arrodeada de muralhas com fossos profundos, as portas fortificadas e guardas armados vigiavam suas entradas e saídas.

Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe, compradores e vendedores de mercadorias e escravos. Elejigbô vivia com pompa entre suas mulheres e servidores. Músicos cantavam seus louvores. Quando falava-se dele, não se usava seu nome jamais, pois seria falta de respeito. Era a expressão Kabiyesi, isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada.

Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou. Ele desconhecia, ainda, o novo esplendor de seu amigo. Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu, familiarmente, notícias do "Comedor-de-inhame-pilado". Chocados pela insolência do forasteiro, os guardas gritaram: "Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi! Que impertinência! Que falta de respeito!" E caíram sobre ele dando-lhe pauladas e cruelmente jogaram-no na cadeia.

Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia. Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram mais filhos e os cavalos do rei não tinham pasto. Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para remediar esta triste situação. "Kabiyesi, toda esta infelicidade é consequência da injusta prisão de um dos meus confrades! É preciso soltá-lo, Kabiyesi! É preciso obter o seu perdão!"
Awoledjê foi solto e, cheio de ressentimento, foi-se esconder no fundo da mata. Elejigbô, apesar de rei tão importante, teve que ir suplicar-lhe que esquecesse os maus tratos sofridos e o perdoasse.

"Muito bem! - respondeu-lhe. Eu permito que a chuva caia de novo, Oxaguiã, mas tem uma condição: Cada ano, por ocasião de sua festa, será necessário que você envie muita gente à floresta, cortar trezentos feixes de varetas. Os habitantes de Ejigbô, divididos em dois campos, deverão golpear-se, uns aos outros, até que estas varetas estejam gastas ou quebrem-se".

Desde então, todos os anos, no fim da seca, os habitantes de dois bairros de Ejigbô, aqueles de Ixalê Oxolô e aqueles de Okê Mapô, batem-se todo um dia, em sinal de contrição e na esperança de verem, novamente, a chuva cair.

A lembrança deste costume conservou-se através dos tempos e permanece viva, também, na Bahia.

Por ocasião das cerimônias em louvor a Oxaguiã, as pessoas batem-se umas nas outras, com leves golpes de vareta... e recebem, em seguida, uma porção de inhame pilado, enquanto Oxaguiã vem dançar com energia, trazendo uma mão de pilão, símbolo das preferências gastronômicas do Orixá "Comedor-de-inhame-pilado."


EWÁ

Ewá é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza, é considerada como a Rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas. É o Orixá que transforma a água de seu estado liquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas.
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terá. Ewá é também o inicio da chuva, regida por sua mãe Nanã. Este  seu principal encantamento: o ciclo interminável  de transformação da água em seus diversos estado, incluindo o sólido. Ela, como todos os outros, está entre nos no cotidiano, convivendo e influenciando nosso comportamento, mexendo com nosso destino, gerando situações que vamos viver diariamente.
Ewá também esta ligada às transformações orgânicas e inorgânicas, que se sucedem no Planeta. É a mágica da transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa; é a lagarta que se transforma em borboleta; é a água que vira gelo e o gelo que vira água; faz  e desfaz, num verdadeiro  balé da Natureza.
Senhora do belo, Ewá é aquela que vai dar cor ao seres; torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade; a fragilidade das coisas; a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É a deusa da beleza; é o sentimento de prazer pelo que é belo,; é o respeito pela maravilha que o mundo apresenta.
 A força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo com Vungi (Ibeji) a regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm vida.
É também a divindade do canto; da música; dos sons da natureza, que enchem nossos ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros; no correr dos rios; no barulho das folhas, sopradas ao vento; na queda da chuva; no assovio dos ventos; na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no canto mais que sagrado da mãe Natureza.
Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida...

Mitologia
Ewá é filha de Nanã, irmã de Obaluaê, Ossãe e gêmea de Oxumarê. Apesar de gêmea, foi a  segunda  a nascer sendo, assim a caçula dos filhos de Nanã. Cada um dos filhos regia algo: Obaluaê, as pestes e moléstia contagiosas; Ossãe, as ervas, as plantas e seus segredos e mistérios; Oxumarê, o arco íris, a riqueza.
Ewá nada regia. Era apenas uma menininha bonita, formosa, cheia de encantos. E assim cresceu, bela e de brilho intenso.
Pouco a pouco, os homens foram se interessando por ela, tal era a sua beleza. Muitos pretendente chegavam, de todas as partes, com a intenção de desposar Ewá, pois usa beleza era tão grande que sua fama chegou a todos os reinos.
Em pouco tempo o reino de Nanã estava cheio de supostos noivos, que lutavam entre si para conquistar o coração da jovem Ewá. As lutas foram crescendo e tomando proporções, a ponto de, em cada canto do reino, haver um grupo em luta, com um só objetivo: desposar Ewá, Isso tudo fugiu ao controle de todos, pois o encanto do jovem parecia enfeitiçar os homens, a ponto de matarem-se uns aos outros.
A situação já  passara dos limites e os pretendentes, que não paravam de chegar, foram até a própria Ewá, obrigando-a a escolher  um deles. Isto acontecia aos gritos, empurrões, exibições de força e poder, cobranças violentas, barulho, levando a jovem a um desespero que jamais sentira.
A pressão foi tão grande, mas tão grande que, de repente, ouviu-se um grande estrondo. Todos se calaram, voltaram-se para Ewá  e ficaram imóveis, estáticos, e de olhos arregalados com o que estavam vendo.
Ewá, impossibilitada de escolher um noivo, e atormentada por ver tanta morte e confusão por sua causa, começou a se transformar. Como um reflexo do sol, sua silhueta começou a perder a forma, até que restou apenas um poça d’água  no chão. Aos poucos, aquela poça foi evaporando e subindo em direção ao céu. Os homens, pretendentes, não se moviam, só acompanhavam a evaporação, bem visível e o vapor subindo.
Em pouco tempo uma enorme nuvem branca, contrastando com o azul-claro do céu, foi desenhando um coração, numa visão de raríssima beleza. Ewá  não se casou com ninguém, mas colocou na mente dos  homens que o amor nasce naturalmente, não com disputas e guerras.
Assim, Ewá transformou-se e recebeu o poder de ir ao céu , como nuvem e voltar à terra, como água, permanecendo como o símbolo da beleza, do canto e da alegria.

Dados
Dia: sábado
Data: 13 de dezembro;
Metal: ouro, prata e cobre;
Cor: vermelho maravilha;
Partes do corpo: olhos;
Comida: banana inteira da terra feita em azeite de dendê  com farofa do mesmo azeite.
Arquétipo: tendência a duplicidade devido a natureza andrógena da deusa, tendência a riqueza, magnetismo, gosta de jogar, bonitos, gostam de elogios, imediatistas, necessitam de outros odus para que ajudam com seu brilho nos processos difíceis.
Símbolo: ejô (cobra) e espada.

OSSAE

   
Dono das matas, orixá da medicina

, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas , ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos.
Ossãe é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.

Nos dias em que o homem agride a natureza, derrubando árvores, fazendo queimadas, numa atitude covarde e insensata, Ossãe se levanta como defensor, pois ele é a própria Ecologia. Ossãe é a folha,; a árvore; o vegetal; a mata; a floresta, a qual quanto mais densa, mas faz notar sua presença.
Ossãe, de um bilhão de formas, tamanhos, cheiros e essências. O segredo do poder de curar pela planta está com ele, é proporcionado por ele.
Nos rituais do Candomblé o banho de ervas – Abo – é vital, imprescindível. Tudo é passa no Abô. Desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio home, que vai se banhar e se purificar pelas ervas. O Abô  é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá. Mesmo nos sacrifícios animais, canta-se para Ossãe – mesmo que o sacrifício não seja para ele – pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado. É Ossãe que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.
Realmente, Ossãe é o encanto, a magia. E é por isso que quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para  dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossãe pode escondê-la de nôs, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida. Na salvação de uma vida, através da medicina; nos consultórios. Afinal, Ossãe é o  alquimista, o  químico, o farmacêuticos, o Senhor das poções mágicas  e curativas. É o feiticeiro, o bruxo, o medico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia; aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. E está presente, também, no cotidiano, pois estamos sempre muito próximos do mundo vegetal. É por isso que não devemos arrancar folhas sem motivos justos; derrubar árvores ou fazer queimada, pois estaremos violando a natureza, ofendendo seriamente esta poderosa força natura que denominamos Ossãe.
Sentimos ainda mais sua presença quando estamos num horto, em meio às ervas. Ossãe é a mágica da folha, a sombra que nos proporciona paz, tranqüilidade e harmonia.

Mitologia
Ossãe e filho de Nana, irmão de Obaluaê, Oxumarê e Ewá. Sempre foi muito circunspeto, introvertido, pensativo. Ainda jovem, partiu para floresta – que sempre  o atraiu – e lá estudo as plantas, as árvores e aprendeu o segredo das ervas, cuidando dos animais feridos e fazendo experiências.
Deteve, assim, o domínio do poder das ervas. E sempre que algum outro Orixá precisava de uma planta, de uma erva, devia, em primeiro lugar, pedir autorização a Ossãe, e o senhor do verde.
Xangô, Reio de Oyó, achando que todos deveriam ter o conhecimento das ervas, pediu à Iansã, Senhora dos ventos, que convencesse Ossãe a dividir com os demais Orixás os mistérios e os segredos do uso da planta. Ela, por sua vez partiu para a floresta, sacudiu sua saia e fez gerar uma forte ventania, espalhando as folhas por todo o reino de Oyó e outro como Ketu, Ifé, Oxogbô, Abeokutá, Numpé, etc.
Ossãe assitia a tudo de forma impassível. Via suas folhas indo em direção a todos os reinos, sem dizer uma palavra. No fundo, o alquimista sabia que estava dividindo as plantas, as espécies e nada podiam fazer diante de tão forte ventania.
Vitoriosa,  Iansã voltou ao reino de Xangô, certa do dever cumprido. Na floresta, Ossãe lamentava o vento que espalhara suas folhas mas, intimamente, sorria de forma irônica e comentou consigo mesmo:
- De que adianta as folhas, sem o segredo? De que adianta possuir a erva, sem o mistério? De que adianta possuir o ingrediente mágico, sem o poder de gera a magia?
Assim, Ossãe continou como o mestre das ervas. Embora os outros  Orixás também tenha suas folhas, ficou com Ossãe o segredo e a forma de encantá-la. De nada adiantou terem as folhas, se não sabiam usá-la ou aplicá-las. Para isso, continuaram a depender de Ossãe que, sabendo perdoar, continuou a curar, a dar receitas para gerar o encantamento, pois nada podia ser feito sem as ervas. Nenhum ritual daria certo sem o encanto  das folhas, como até hoje.
Por isso, o africano nos ensinou, através de um Oriké (verso sagrado) o que significo, exatamente, o poder de Ossãe:
“ Sem folha não há orixá, não há o Axé!”
 (Kosi ewe, kosi orisa, diz o ditado iorubano)


Dia: Quinta feira
Data: 5 de Agosto
Metal: Estanho
Cor: Verde e branco
Partes do corpo: o peito dos pés, parte da perna entre o tornozelo e o joelho.
Comida: fumo, mel, cachça (otin), milho vermelho, espigas regadas com mel.
Arquétipo: Pessoa  equilibradas e capazes de controlar seus sentimentos e emoções, não deixam suas simpatias e antipatias interferirem nas suas decisões ou influenciarem suas opiniões das pessoas ou acontecimentos, aquele que não tem uma concepção  estreita da moral e da justiça.
Símbolos: Ferros com sete pontas com um passaro, que é árvore com o ramos e uma ave pousada no topo.